Funcionários do BC decidiram entrar em greve em protesto contra aumento salarial

Funcionários do BC decidiram entrar em greve em protesto contra aumento salarial

A Categoria, além da reorganização da profissão de analista, busca um aumento salarial de 26,3 % e se uniu aos funcionários do INSS, que também estão de licença.

De acordo com uma assembleia realizada no dia 2 deste mês, os funcionários do Banco Central decidiram entrar em greve por tempo indeterminado a partir segunda-feira (29). Uma necessidade adicional para a categoria é um aumento salarial de 26,3%, além da reestruturação da profissão de analista.

Eles se juntaram aos funcionários do INSS (Instituto Nacional de Seguro Social), que entraram em greve na quarta-feira (23), juntando-se a um número crescente de outros. Funcionários do Tesouro Nacional suspenderam suas atividades na sexta-feira (26), alegando aumento salarial. Eles não foram os únicos.

Em entrevista à Associated Press, o presidente do Sinal, Fábio Faiad, afirmou que a greve foi aprovada por 90 % dos 1,3 mil de funcionários da federação. “A partir de agora até 31 de março, continuaremos com nosso procedimento operacional padrão, que é de quatro horas todas as noites de paralisações, e a greve começará no dia primeiro de abril.”

Desde o dia 17 de março, os funcionários do Banco Central vêm implementando desligamentos diários de quatro horas, o que tem causado atrasos significativos na divulgação de dados importantes como o Relatório Focus, os resultados da pesquisa pré-Copom, a mudança do valor da moeda, e o apuração diário da ptax.

Na segunda, o Banco Central afirmou que outros indicadores, como os do setor externo, os dos mercados monetário e de crédito e os do setor financeiro, seriam afetados, mas não forneceu um cronograma de quando as informações seriam liberadas. “Temos o prazer de lhe fornecer as datas de publicação das notas referentes ao mês de fevereiro.”

O presidente da Câmara de Comércio Brasileira, Roberto Campos Neto, desistiu de uma conferência em Campo Mouro (PR) nesta segunda-feira para estar mais próximo da mobilização dos prestadores de serviços.

Diante da possibilidade de paralisação total das operações, ele se reuniu com representantes dos funcionários do BC na noite de sábado (26) e apresentou um pedido oficial ao Ministério da Economia, solicitando que os funcionários do BC recebam aumento salarial do governo decidindo conceder aumentos para outras categorias.

No final do ano anterior, o presidente Jair Bolsonaro (PL) prometeu aumento de salários para policiais federais e policiais rodoviários, mas ainda não cumpriu a promessa. O anúncio do presidente, por outro lado, gerou insatisfação em várias categorias que não foram informadas de que não seriam atendidas.

A primeira posição do presidente do BC foi de que nenhum ajuste deveria ser feito em nenhuma das categorias em questão. Em entrevista, Campos Neto afirmou que a instituição tem “planos de contingência” para garantir a continuidade das operações mesmo que os funcionários entrem em greve (na quinta-feira, 24).