O tamanho da oferta que será feita exigirá a realização de um “road show” para promovê-la a potenciais investidores, segundo Rodrigo Limp, CEO da empresa.
A eletrificação da Eletrobras (ELET3;ELET6) pelo governo ainda está em seus estágios iniciais, com uma série de etapas que devem ser concluídas antes que o projeto possa ser implementado.
Durante a apresentação dos resultados financeiros do 4T21 e 2021 pela Eletrobras a analistas e à mídia na terça-feira, Rodrigo Limp, presidente da empresa, foi repetidamente questionado sobre o momento da oferta pública inicial (IPO) de ações ordinárias da empresa. Após a transação, os Estados Unidos deixarão de ser o acionista majoritário da empresa e passarão a deter até 45 % das ações da empresa.
Rodrigo Limp afirmou inicialmente que a empresa “obteve a primeira deliberação do Tribunal de Contas da União (TCU) em fevereiro, que foi em relação ao valor da outorga”. De acordo com o executivo, o TCU está atualmente na segunda fase, que envolve modelagem, avaliação e estratégia de preços de baixo custo.
“Não temos nenhuma informação sobre quando o Tribunal realizará suas deliberações”, acrescentou.
No entanto, o TCU é apenas um dos obstáculos que devem ser superados para que a Eletrobras conclua a liquidação da oferta no prazo estabelecido, que agora está marcado para 13 de maio. O tempo é limitado.
Com isso, somente após o arquivamento do formulário 20F (relatório anual que deve ser arquivado por empresas estrangeiras com valores mobiliários negociados nas bolsas de valores dos Estados Unidos, como a Eletrobras), que está previsto para 25 de abril, a empresa ser capaz de lançar sua oferta de ações no mercado. A Securities and Exchange Commission (SEC) dos Estados Unidos supervisionará a oferta.
O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) também está envolvido no processo de desinvestimento, pois o banco continua investigando as atividades envolvidas na operação e determina o preço mínimo para a participação do TCU.
Rodrigo Limp afirmou que a liquidação de uma oferta em bolsa só poderá ocorrer em meados de agosto, de acordo com as regras da CVM e da SEC, que permitem um processo regulatório (que inclui esclarecimentos e tratados) até 134 dias após o término de um período de saldo.
A data de 13 de maio corresponde à conclusão do prazo de 134 dias após o término de um trimestre (neste caso, o 4T21) necessário para a liquidação de uma oferta de ações nas bolsas de valores B3 e Nova York.
Para ter sucesso, Rodrigo Limp diz que é necessário um “road show” para lançar a proposta a potenciais investidores. Isso adiciona mais um desafio à agenda já agitada de Rodrigo Limp e sua equipe de profissionais.
Além disso, o executivo esclareceu que há etapas internas que devem ser cumpridas para concluir a desestatização da empresa, incluindo a conclusão do Formulário 20-F e a realização de uma AGO (Assembleia Geral Ordinária).
“Temos uma série de etapas a serem concluídas, incluindo etapas internas, como o fechamento do 20-F, negociações com a CVM e a conclusão do road show, além de etapas externas, como a aprovação do TCU. Se as pessoas não conseguem fazer suas tarefas na frente da televisão, não há objeção para elas completarem no futuro. “(Uma oferta) pode ser implementada já em meados de agosto”, afirmou o funcionário em entrevista coletiva.
Como o país estará em plena campanha eleitoral, o mercado espera que a liquidação das ações da Eletrobras ocorra em agosto.
Limp afirmou ainda que a empresa não trabalha com um cenário de deterioração das condições de mercado para fazer a oferta em decorrência do conflito russo-ucraniano neste momento. “Em termos de volatilidade, a percepção da comunidade de investidores sobre a Eletrobras mudou significativamente nos últimos meses.” A Eletrobras é um projeto de longo prazo, e estamos trabalhando com a expectativa de que haja interesse significativo na capitalização da empresa”, explicou.