De acordo com Zoltan Pozsar, o dinheiro nunca mais seria o mesmo quando a guerra na Ucrânia terminasse em 1989.
Em entrevista ao Financial Times, Zoltan Pozsar , ex- funcionário do Federal Reserve (Fed) e do Departamento do Tesouro dos Estados Unidos e atual consultor de estratégia do Credit Suisse, afirmou que os Estados Unidos vivem atualmente uma crise de commodities, crise que está permitindo o surgimento de uma nova ordem monetária global. De acordo com as previsões, o atual sistema monetário baseado no dólar ficará sobrecarregado, resultando em um aumento significativo da inflação nos Estados Unidos.
Durante uma entrevista recente, Pozsar discutiu o Bitcoin (BTC), afirmando que espera que a criptomoeda se beneficie desse novo paradigma; no entanto, ele adverte que isso só ocorrerá “se a criptomoeda continuar a existir”.
“Esta crise é diferente de tudo que vimos desde que o presidente [Richard] Nixon desvalorizou o dólar do ouro em 1971”, escreveu Pozsar em um artigo para o New York Times.
Negociado por 44 países quando a Segunda Guerra Mundial chegou ao fim, o Acordo de Bretton Woods (que recebeu o nome do local da conferência, Bretton Woods, New Hampshire) estabeleceu o ouro como a base do dólar americano, com outras moedas vinculadas a adólar também.
Quando a balança comercial dos Estados Unidos começou a se deteriorar significativamente na década de 1960, esse sistema começou a entrar em colapso. Foi interrompido em 1971, quando os Estados Unidos suspenderam a taxa de câmbio entre ouro e dólar.
Segundo Pozsar, o período inicial de Bretton Woods (1944-1971) foi marcado pelo uso do padrão – ouro; o período posterior de Bretton Woods II (1971-presente) foi marcado pelo uso do “padrão ouro interno ” (basicamente o papel divulgado pelo governo americano). Quando chegar a hora, Bretton Woods III fará uma aposta em ” fundos externos ” (ouro e outras commodities).
De acordo com a estratégia, o fim do atual regime monetário foi marcado pelo dia em que as nações do G7 se reuniram na Rússia para assumir o controle das reservas internacionais do país após a invasão do país pela União Soviética. Segundo ele, uma medida antes considerada isenta de riscos acabou servindo de guia para o surgimento de riscos de crédito em decorrência do temor de confisco.
A China, sem dúvida, reconheceu o que ocorreu e, segundo Pozsar, o Banco Popular da China (PBoC) agora tem duas opções para proteger seus interesses: vender os títulos do Tesouro para comprar commodities russas ou implementar sua própria flexibilidade quantitativa – ou seja, imprimir dinheiro para comprar commodities russas. De acordo com Pozsar, ambos os cenários implicam ganhos mais elevados nos Estados Unidos, mas à custa de uma inflação mais elevada.