Ações de bancos, seguradoras e empresas de commodities são bons investimentos no momento, de acordo com a XP

Ações de bancos, seguradoras e empresas de commodities são bons investimentos no momento, de acordo com a XP

De acordo com os analistas, bons pagadores de dividendos devem continuar a fornecer retornos superiores à taxa de retorno fixa.

Mesmo com juros mais altos, a taxa de crescimento anual da Selic de 11,75 % aumenta a atratividade da renda fixa, mas a equipe de analistas da XP acredita que o mercado de ações continua a oferecer boas oportunidades de investimento apesar dos juros mais altos.

“Um dos motivos mais contundentes para os investidores entrarem no mercado de ações, além do potencial de lucro com o aumento do valor de seus investimentos, é a possibilidade de geração de renda adicional na forma de dividendos”, segundo o texto escrito por Fernando Ferreira, estrategista-chefe, Jennie Li, analista do mercado de ações, e Rebecca Nossig, analista do mercado de ações.

A equipe defende sua posição comparando a oscilação do preço com o retorno total do investimento em ações que são conhecidas como boas pagadoras de dividendos, argumentando que ainda existem boas oportunidades mesmo com uma renda fixa mais atrativa.

“Demonstramos que as ações listadas abaixo geraram um retorno total anualizado de mais de 20 % nos últimos cinco anos, que é significativamente maior do que o retorno total anualizado de 5,75 % gerado pelo mercado de ações durante o mesmo período.”

Analisando os ganhos acumulados ao longo do tempo, os analistas acreditam que as ações que pagam dividendos continuarão atraentes mesmo no atual clima econômico. O XP reconhece que o número de empresas que distribuem proventos pela Selic diminuiu, mas os analistas da empresa continuam “construtivos” em relação ao mercado acionário brasileiro.

A análise aponta que as ações brasileiras estão desfrutando de um dos melhores desempenhos do mundo este ano, graças à mudança de ações orientadas para o crescimento para as orientadas para o valor, além de uma forte exposição a commodities e um baixo preço em relação de ganhos nos últimos doze anos.

Os setores mais resilientes

A pesquisa da equipe da XP também destaca os setores que são resilientes diante de um ambiente de taxas de juros crescentes, bem como commodities que viram seus preços subirem significativamente.

Segundo os analistas, a alta da Selic tem impacto direto no setor bancário por causa do spread bancário, que é a diferença entre o custo de capitalização da instituição financeira e as taxas de juros cobradas dos clientes.

“Como resultado de um aumento na taxa básica de juros, os bancos são mais propensos a cobrar uma taxa mais alta sobre os depósitos, mas o ajuste no custo de capital é mais gradual”, escrevem os analistas.

Com uma Selic maior, os ganhos financeiros também são realizados pelas seguradoras, pois parte de suas receitas é proveniente da aplicação de recursos recebidos com a venda de apólices de seguros.” Como grande parte dessas aplicações são baseadas em rendimentos fixos e incluem investimentos atrelados à Selic, um aumento na taxa básica de juros resulta em maiores retornos sobre o capital investido.”

Após o afrouxamento das restrições impostas à indústria farmacêutica, o XP destaca também o setor de commodities, que continua sendo impactado negativamente por um desalinhamento entre oferta e demanda. A recuperação da atividade econômica não coincidiu com a recuperação da produção de matérias-primas e, como resultado da menor disponibilidade de commodities, os preços das commodities começaram a subir.

O estudo examina a importância da Rússia e da Ucrânia no fornecimento de bens e serviços para o mercado global e como isso teve um impacto significativo no fornecimento mundial de petróleo, minério de ferro, níquel, trigo e trigo, bem como o preços dessas mercadorias.

“Um aumento no preço das commodities eleva as receitas das empresas que delas dependem, o que pode resultar em um aumento na distribuição de dividendos”, escreveram os autores do estudo.