A criptomoeda Ambify, desenvolvida pelo grupo Ambipar, foi lançada na rede Binance Smart Chain no final de 2021.
Os seres humanos emitem dióxido de carbono desde o momento em que se levantam até o momento em que vão para a cama. Na medida certa, a emissão é benéfica, pois o átomo e as moléculas formadas pelo sexto elemento da tabela periódica são essenciais para a sobrevivência de todos os organismos e auxiliam na preservação da vida no planeta. O consumo excessivo, por outro lado, desestabiliza todo o sistema, torna o globo mais quente e prejudica o meio ambiente.
Para auxiliar o público em geral na redução das emissões de dióxido de carbono, a Ambipar (AMBP3) lançou no final de 2021 o Ambify, um aplicativo baseado em blockchain que permite que indivíduos físicos calculem quantos quilos de dióxido de carbono emitem diariamente e compensar esse aumento de emissões. É possível adquirir tokens “AMBIFY”, que correspondem a créditos de carbono, por meio do aplicativo, que está disponível na Apple Store e Google Play.
O conceito de crédito de carbono surgiu pela primeira vez em 1997, durante a assinatura do Protocolo de Quito, um tratado internacional que visa reduzir a emissão de gases de efeito estufa que causam efeitos adversos ao meio ambiente. O crédito é chamado de “moeda verde” e uma unidade dele equivale à redução de uma tonelada de dióxido de carbono (CO2) da atmosfera.
Para gerenciá-los, a empresa deve ter projetos de natureza de longo prazo, como áreas de reflorestamento, parques de energia solar ou eólica, entre outros. Existem organizações que avaliam e certificam a qualidade e consistência das iniciativas. Quando um comprador obtém uma linha de crédito, ele está, na prática, apoiando esses projetos e recuperando o valor do empréstimo.
Até recentemente, apenas grandes corporações estavam envolvidas nessa indústria multibilionária; mas, segundo o Banco Mundial, o mercado de crédito de carbono deverá gerar US$ 53 bilhões até 2020.
No entanto, aplicativos como o Ambify permitem a compra de créditos de carbono de forma fragmentada, avançando assim a economia verde, bem como o resultado final. Os tokens associados ao aplicativo estão vinculados a projetos realizados pela desenvolvedora do aplicativo, a Ambipar, que atua na área de gestão ambiental, além de iniciativas de outros fornecedores certificados.
Blockchain
O software é executado na Binance Smart Chain (BSC), que é uma blockchain desenvolvida pela exchange de criptomoedas Binance. A rede foi escolhida por consumir menos energia do que outras redes do mercado, como as utilizadas pelo Bitcoin (BTC) e Ethereum (ETH), por exemplo.
De acordo com o whitepaper (guia do projeto) da empresa, “lançar o token AMBIFY em uma blockchain que usava o mecanismo de consenso amplamente criticado conhecido como prova de trabalho (PoW) não fazia sentido para a Ambipar”. O sistema de Prova de Trabalho (PoW) para mineração de criptomoeda (a criação de criptomoeda) requer um alto nível de poder computacional e consumo de energia.
Os créditos têm números rastreáveis, são cadastrados na rede e são intransferíveis, o que dá transparência ao projeto e evita que a mesma moeda seja vendida duas vezes. Assim que um token é negociado, ele é chamado de “aposentado”. De acordo com a Ambify, uma porcentagem da renda será doada para projetos beneficentes de seus parceiros, como o Instituto Jô Clemente, Médicos Sem Fronteiras e o Instituto Luz Alliance.
O Ambify é mais um passo na direção da entrada da Ambipar no mercado de economia verde. Em julho do ano anterior, a empresa adquiriu o controle da Biofílica, que foi pioneira no desenvolvimento de projetos florestais para geração de créditos de carbono no Brasil.