A irmã de Luciana Ribeiro explica como aproveitar as lacunas do quadro estrutural do país e incentiva as mulheres a ingressarem no setor financeiro.
Encontrar oportunidades em meio a problemas estruturais do mundo real exige uma extensa pesquisa, experiência prática e um forte senso de propósito. O segredo, segundo Luciana Ribeiro, co-fundadora e sócia da empresa de private equity EB Capital, é elevar e distinguir os negócios que já identificaram essas falhas, com o objetivo de acelerar o processo de transformação pelo qual a sociedade está atualmente passando.
Foi com o objetivo de capitalizar as oportunidades apresentadas por esse processo de transformação que a EB Capital foi criada em 2017. Desde então, a empresa tem um desempenho admirável nessa área, com um total de aproximadamente R$ 3,5 bilhões sob gestão.
Luciana foi entrevistada por Samuel Ponsoni, diretor de fundos da família de empresas XP, e Carol Oliveira, diretora de análise de fundos da família de empresas XP.
Além de Luciana, o EB conta com figuras de destaque em seu conselho de administração, como Pedro Parente, Eduardo Sirotsky e Fernando Iunes, que já trabalharam para grandes corporações como RBS, BRF e Ita BBA no passado. Uma equipe sólida e com larga experiência na chamada “economia real” — termo que se refere às atividades profissionais que ocorrem fora do mercado financeiro e de capitais.
Luciana destaca que essa experiência de “execução” é um grande diferencial para o EB, uma vez que a gestão da empresa está envolvida em mais do que apenas alocação de recursos; eles também estão envolvidos na recomendação de melhorias nas práticas de gestão e na execução de planos de projetos priorizados, tudo isso é feito no dia-a-dia para manter a empresa funcionando sem problemas e com eficiência.
“Não há milagre aqui, e isso não é uma compra por troca, é?” “Na verdade, está ajudando as empresas a ampliar o que já estão fazendo muito bem”, diz o autor.
A EB, segundo Luciana, tem foco significativo em private equity, mas também atua no setor de infraestrutura – por meio de empresas com porte e atuação semelhantes às de private equity – e também nas áreas de transição verde e educação, entre outras coisas.
Segundo ela, há três fatores críticos a serem considerados na hora de fazer investimentos: a possibilidade de crescimento rápido, crescimento sustentado e escalável e, por último, a criação de valor para todas as partes envolvidas.
Os processos são focados no objetivo
Levando em consideração o propósito do gestora, a crença de que o mundo caminha para uma perspectiva mais verde e social leva o gestor a buscar oportunidades analisando problemas, primeiro identificando o “gap estrutural” e depois determinando se existe ou não são empresas que podem promover soluções e gerar retorno. Em seguida, e após a identificação de oportunidade e viabilidade, o fundo é formado e o capital é levantado.
Quanto ao modelo de atuação, Luciana reafirma que houve casos em que um gestor identificou um nicho de mercado e reconheceu uma oportunidade, mas faltou maturidade estrutural entre as empresas – impedindo o estabelecimento de recursos para investimento. Além disso, ela se soma à morosidade do processo de análise ao afirmar que o fundo Futuro Sustentável, que foi criado sob sua supervisão, levou dois anos para ser concluído.
“ESG não é uma coisa; ESG é um processo.” “Estamos falando de oportunidades de negócios”, diz o palestrante. Luciana destaca as distinções entre o processo ESG e a “agenda verde”, a primeira que considera essencial para o que acredita ser o “futuro modelo de negócios”. Em primeiro lugar, ele pede que as empresas cooperem com a investigação. Já a agenda verde se preocupa com as oportunidades de negócios que essa transformação traz, e é justamente nessa área que a EB Capital atua
É difícil contratar funcionários do sexo feminino
A questão da igualdade de gênero está avançando em todo o mundo e não se limita a um único país. É uma agenda que faz parte da letra “S” da sigla ESG (atenção aos aspectos ambientais, sociais e de governança dos negócios), e não poderia ficar de fora desse episódio. Luciana reiterou a necessidade da presença feminina no ambiente de trabalho para inspirar e motivar as gerações mais jovens a se envolverem com o mundo corporativo.
“Acredito que o setor financeiro perdeu o brilho aos olhos de muitas mulheres. “As mulheres relutam em entrar no setor porque acreditam que é um ambiente difícil e machista”, diz o autor.
Luciana continua afirmando que esses desafios devem ser enfrentados de frente e que a única coisa que a impediu de perder o brilho foi “ser ela mesma”, característica que considera um traço geracional. Ela afirma que durante muito tempo as mulheres foram obrigadas a abdicar de suas vidas, masculinizar-se e confinar-se ao “caber” em locais específicos. Hoje, ela está dando passos significativos nessa direção, citando grupos de mulheres nas redes sociais como uma fonte vital de conexão para aquelas que não perderam de vista sua feminilidade enquanto buscam entrar no setor financeiro.
“A beleza da diversidade é que ela nos permite sermos nós mesmos”, diz ele, incentivando as mulheres a ingressarem no setor financeiro, trazendo consigo sua verdadeira essência e atuando como agentes de transformação social no processo. “Eles vêm em sua naturalidade e com suas características.”