Os países que têm um alto nível de exposição à zona de conflito em áreas como comércio, turismo e finanças podem esperar um aumento da pressão.
O conflito resultante da invasão da Ucrânia pela Rússia é um “grande golpe” na economia global, segundo os diretores do Fundo Monetário Internacional (FMI), que escreveram um artigo no blog do FMI na terça-feira, 15; ter um impacto negativo sobre o crescimento econômico e a inflação, escrevem.
A carta foi assinada por Ilan Goldfajn, diretor do Departamento do Hemisfério Oriental do FMI e ex-presidente do Banco Central do Brasil, além de outros quatro representantes da multinacional.
De acordo com os resultados da análise, a atividade econômica será prejudicada por três fatores principais. O primeiro deles é o aumento dos preços dos produtos alimentares e energéticos, que deverá ter um impacto negativo nos rendimentos das famílias e travar a procura.
O segundo fator será um conglomerado de dificuldades no setor comercial, principalmente em países próximos ao conflito e que ainda lidam com um grande fluxo de refugiados.
O último ponto a ser mencionado é que a queda da confiança corporativa e o aumento da incerteza entre os investidores terão um impacto negativo nos preços de bens e serviços, além de restringir as condições financeiras e causar fuga de capitais dos mercados emergentes.
Países com alto nível de exposição à zona de conflito em áreas como comércio, turismo e bancos podem esperar um aumento da pressão, segundo os diretores.
Segundo eles, as economias dependentes do petróleo sofreriam com déficits fiscais e comerciais maiores do que o normal. Riscos de agitação, desde a África Subterrânea e América Latina, agravados por aumentos mais altos dos preços de alimentos e combustíveis, enquanto alguns podem ser aumentos severos nos alimentos provavelmente.
O artigo enfatiza que as previsões econômicas do FMI quase certamente serão revisadas para baixo no próximo relatório de perspectivas, que será divulgado no próximo mês. “A longo prazo, uma guerra tem o potencial de alterar fundamentalmente o clima econômico e a ordem geopolítica global”, diz o relatório.